Onde está você agora, além de aqui dentro de mim?

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Sinto falta de conexões profundas. Daquelas que mal se sabe e não se pode descrever. Das tardes no parque, dos abraços longos, serenatas simples, corações abertos e músicas temas. Daquelas que se guarda partes e não se quer jamais esquecer, para contar aos netos e ao mundo, e chorar lembrando. Que brota do nada e quando parte dói, levando consigo uma infinidade de momentos que nunca puderam existir e fazendo temer, como nunca antes, o esquecimento e a solidão. Permanecendo algumas memórias sortidas, daqueles cabelos ruivos, contornos sinuosos, as mãos tão macias quanto o beijo, a voz rouca que embalava e os abraços na qual, se pudesse, moraria. Coleção de traços daqueles que um dia foram meus amantes e puderam possuir os mais belos fragmentos de mim. Das cartas e poesias trocadas, canções adotadas, vontade de estar ali pra sempre... E planejar o reencontro e reviver os dias, só pra se sentir aquecida de novo e ir dormir sorrindo. Que é sempre nova, não importa quantas outras já tenha vivido, te tira o foco e o equilíbrio da forma mais gostosa possível, com os arrepios, expectativas e borboletas na barriga. E se pudesse voltaria, revisitaria todos os amores vividos, em seus melhores momentos de plenitude. Mas se contenta, então, com os saudosismos nostálgicos, que um dia foram amor, todos guardados lado a lado, com seus diferentes aromas e nomes, no mais íntimo pedaço daquilo que é memória, mas principalmente sentimento.