Sobre assistir filmes e explosões sentimentalistas

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Sabe aquele dia pela manhã quando você simplesmente acorda e acha que fará somente todas as coisas que você faria num dia comum? Aquele dia em que você percebe que conforme aquela manhã, comum, passa, você não só a está transformando numa tão comum quanto todas as outras mas ao mesmo tempo numa tão única quanto qualquer outra nunca poderia ser. Você percebe, naquela manhã, que mesmo tendo reclamado um ano inteiro das pessoas a sua volta, você sabe que vai sentir muita falta delas quando não te-las mais ali. E isso pode não fazer nenhum sentido, sendo colocado agora neste contexto, mas pra mim faz, faz todo o sentido do mundo. É como quando você resolve assistir um filme, numa noite qualquer como aquela manhã, mesmo sabendo que é provável que você durma no meio dele e conforme o filme passa você percebe que você realmente está dormindo no meio dele, mas você não liga de voltar as cenas quatro vezes cada uma só pra poder entender o que ela realmente significa, pois quando um filme é tão bom quanto aquele que você estava de assistindo você simplesmente esquece o fato de estar com sono ou de ter que voltar todas as cenas. Pra mim, a arte é aquilo que tem a magia de te tocar da forma mais profunda e inesperada possível, um filme, um livro ou uma pintura que aparentavam ser tão simples a principio, mas que agora são como uma mão descendo lentamente pelas suas costas, causando arrepios. Uma lágrima é só o que basta pra expressar tudo aquilo que um filme, que eu assisti com sono, foi pra mim numa noite dum dia que pela manhã eu achei que seria tão simples quanto qualquer outro, onde eu não sentiria falta de nenhum daqueles que não me permiti gostar durante todo os outros dias, ou onde eu não assistiria um filme que me faria chorar inexplicavelmente em seus últimos seis minutos, nem onde eu escreveria um texto de madrugada com a absoluta certeza de que provavelmente acordaria no dia seguinte e deletaria por acha-lo o momento de explosão sentimentalista mais inútil da minha existência. Bem agora, às duas e dez da madrugada de uma quinta feira, eu não presto muita atenção naquilo que digito e provavelmente coloco a culpa no sono, mas, no fundo eu sei, que é apenas nesses momentos após um filme, um livro ou qualquer outro tipo de arte que eu chego mais perto de entender quem eu realmente sou. Então, sem saber muito bem qual o real foco desse desabafo, despeço-me com um último conselho. Aproveite mais as coisas simples da vida, para não ter, como eu, um momento de explosão "crioexistencialista" que te faça perder o sono na madrugada de uma quinta-feira.

Sobre não ser somente mais um tijolo no muro

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Certa vez me perguntaram porque eu participo de filantropias. Disseram-me que o que eu faço no dia de alguém é tão pequeno que não muda nada, disseram-me que uma vida ruim não muda por causa de um dia bom. Se for assim acho que perdi a fé nos seres humanos. Ao contrario da maioria, eu valorizo os simples gestos que faço, assim como valorizo pequenos atos concedidos de outros para mim, não acho que o objetivo da vida seja ter um todo perfeitamente feliz e sim vários pequenos momentos de felicidade que realmente valham a pena.
Encare-se no espelho. O que vê? Um indivíduo infeliz? De boa aparência? Ou com um caráter sujo? Quem é você agora? O que está sentindo hoje? Pode ser que amanhã você se olhe de novo e veja um alguém completamente novo e renovado. Essa é uma das melhores coisas no homem, mudar e mudar mas nunca deixar de ser o mesmo. Apesar de tudo, há algo que nunca muda: suas lembranças. Quando foi a última vez que fez algo bom? Hoje durante a manhã ou há alguns meses? Saiba que quantidade não é tão considerável quando comparada à qualidade. Quantos sorrisos você provocou nas últimas semanas? Foram sorrisos sinceros ou provenientes de piadas sujas? Você está de bem consigo mesmo ou não consegue se encarar no espelho sem lembrar da última vez em que fez alguém chorar? Uma das maiores curiosidades que tenho é entender como o ser humano consegue ser tão complexo e absurdamente simples ao mesmo tempo. Não acho que um dia entenderei nem metade dessa complexabilidade, continuarei acordando dia após dia sem entender muito bem o propósito de vida de muitas pessoas, tal como aquele que um dia me fez tal pergunta sobre o gesto de ajudar. Caso fosse você em situação difícil, um dia bom não mudaria, pelo menos um pouco, a sua semana? Um abraço ou um sorriso sincero não tem o poder de desfazer um pouco de sua infelicidade? Peço-te uma coisa: na próxima vez em que estiver chateado sorria para aquele que passa por você na rua. Seu dia pode estar terrível, mas um simples sorriso pode mudar o dia daquele que passa e consequentemente porque não mudar o seu também? Peça um abraço à seu melhor amigo ou distribua abraços para estranhos, mas nunca deixe de valorizar o poder de um simples abraço.
Então, digo com certeza, eu não me contento em ser apenas mais um robô que acorda pela manhã e segue sua rotina como se a vida não valesse a pena, eu quero mais do que apena a insignificância de todos os dias, eu quero tragédias seguidas de amor, quero brigas seguidas de abraços e quero mudar o dia de quantas pessoas estiverem ao meu alcance, afinal todos morreremos mais cedo ou mais tarde e só o que nos resta é tentar aproveitar ao máximo o tempo que nos foi concedido aqui. Da próxima vez em que achar certas ações insignificantes, pense no quanto um minuto tem o poder de mudar sua vida inteira.

Sobre o Amor

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Ele chega sorrateiro, toma-te pelos calcanhares e migra lentamente até que atinja completamente o ponto mais alto de sua alma. Por alguns é considerado bom, por outros, ruim. Não entendo muito bem o porque de ganhar tanto destaque, costumo vê-lo como um acessório, quando não combina é facilmente dispensável, mas quando acrescenta, faz toda a diferença. É como uma melodia calma e tranquilizante com momentos de pico onde não se pode ouvir nenhum outro som. É como um tabuleiro cheio de possibilidades ou uma folha em branco pronta para ser esculpida, tingida e personalizada como bem entender e assim como as folhas existe em vários tons, tamanhos e formatos, cabe a você decidir qual te atrai mais.
Fisicamente seria mais como um ser de muitas personalidades ou um multifacetado, mas isso não significa que seja falso e sim modelável. "Ele quebrou meu coração" dizia ela, "Não consigo mais dormir a noite!" dizia ele.Ah!O amor... Tão pentelho com suas danças e hábitos saltitantes, abusando de momentos caóticos e calmarias para perturbar suas vítimas, é sim como um vilão, mas um do tipo que ajuda quando lhe convém, um vilão estranho, daqueles possíveis de imaginar mas que nunca foram vistos nem por mim, nem por ninguém.
Como chocolate passa de doce à amargo com poucas modificações e possui sabores diferentes que agradam pessoas diferentes. Também é como fervura, no leite é preciso cuidado para que nada transborde e na água para que nada suma. Desperta a adrenalina, fazendo com que o enfeitiçado queira cada vez mais e mais os efeitos da droga. Apenas te alerto e peço para que tenha cuidado, uma vez viciado quase não há volta para a terra dos desamados e assim, penará para sempre sem o alvo de seus desejo.