Pode entrar

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Andei me olhando no espelho, indagando o que mudou desde que você chegou. Acabo com todas as respostas contidas entre o tudo e o nada e não consigo decidir a qual me agarrar. Sei que você faz com que eu queira escrever de novo, talvez porque só assim eu posso gritar esse tudo que você exerce sobre mim. Eu fico me perguntando onde você estava esse tempo todo, pois mesmo que tenha sido pouco, parece que se passou uma eternidade (e talvez realmente tenha). Continuo me perguntando onde você estava escondido. Atrás da porta da sala, debaixo da mesa, no box, dentro da gaveta, de um botão... Faz tanto sentido agora que já te achei! Tudo bem se você estava lá o tempo todo, escondido no escuro. Quando eu acendi a luz e te vi, fez sentido (como nunca havia feito antes). Eu não sinto mais como se tivesse que planejar um futuro e inserir alguém nele (como se fosse minha obrigação criar expectativas). Eu não preciso. Está implícito, sempre esteve, é. Todas aquelas bobagens clichês, aquelas das quais rimos tanto, aquelas nas quais talvez estejamos inclusos... Elas quase fazem sentido, quase não parecem bobagens. As borboletas no estômago, encontrar o conforto na sua voz, nas suas mãos, em você, aquele calor que sufoca, é tanto, tanto, tanto... Nunca fez tanto sentido, inclusive não fazia sentido algum, só agora entendo, só agora sinto. É novo, tão novo, mas parece que já era meu há séculos. Estava implícito, sempre esteve, é. Você me transborda. Nunca me senti tanto. Seus olhos, seu rosto, seu cheiro, seu corpo... Eu olho, de novo, de novo, de novo... Será que é mesmo meu? Será que também sente isso? Quando te vi, eu soube, porque fez sentido como nunca antes. Você, você, você. Amor à primeira vista sempre soou tão ridículo (e talvez ainda soe), mas eu não me importo, porque sei. Amor. Será?